Politizado, querido por todos, rapaz tímido que trabalha num projeto irado de biotecnologia… conheçam o nosso querido Bilu, ou melhor, Gabriel Cardoso!
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Por Jéssica Martins
E aí, galera, tudo bem? Como já falamos por aqui, o blog Tagarela nasceu dentro do projeto Word Biotech Tour (WBT), que envolve outros jovens - assim como nós! Justamente por isso, resolvemos entrevistar os jovens do projeto para que eles nos contem o que fazem dentro do WBT.
O nosso entrevistado da vez é o Gabriel Cardoso (conhecido como Bilu). Ele tem 17 anos, mora em São João de Meriti e estuda no Colégio Pedro II, de Caxias. Qualquer semelhança com o ET Bilu é mera coincidência! Para saber mais sobre ele, é só continuar a ler a matéria!
Tagarela: Quem é você fora do projeto , o que você curte fazer?
Bilu: Eu tento ser eu mesmo dentro e fora do projeto. Busco me integrar com os outros. Sou bastante tímido e isso é difícil para mim. Gosto muito deste projeto e estou me esforçando para entregar o melhor de mim. Por isso, busco trabalhar em equipe sempre. O que eu curto? Jogar videogame, ficar em casa, às vezes sair ou jogar bola com meus amigos… até acho que eu sou um pouco ruim jogando bola. (risos)
O que você acha de ser um embaixador?
Eu acho que é uma ideia sensacional poder trabalhar com um projeto internacional que integra diversos centros de ciência, porque eu acho que a divulgação científica é extremamente importante, principalmente aqui no Brasil, onde percebo que as pessoas não conhecem tanto a produção do conhecimento científico. Ainda temos muita coisa a melhorar! Essa possibilidade de expandir os horizontes com esse projeto que integra diversos museus de vários países é maravilhosa.
Se você estivesse no elevador com uma pessoa e tivesse que explicar o seu projeto no WBT 2017, como você explicaria?
Meu trabalho tem a ver com o nome beta-lactamase! O que é isso? Bem, pode ser duas coisas: as beta-lactamases podem ser genes que têm a ver com enzimas de mesmo nome - ou seja, as enzimas beta-lactamases. Essas enzimas são produzidas por quase todas as bactérias. A beta-lactamase produzida por bactérias é responsável por conferir resistência à bactéria em relação aos antibióticos beta-lactâmicos, ou, em outras palavras, os antibióticos deixam de ser eficientes contra elas! Quer um exemplo de antibiótico beta-lactâmico? A penicilina!
Pois bem: meu projeto consiste em elaborar uma árvore evolutiva da enzima beta-lactamase, buscando saber sua origem. Eu procuro essas enzimas em amostras ambientais (rios, oceanos e lagos, por exemplo). As sequências genéticas das beta-lactamases de bactérias de origem hospitalar são diferentes das de bactérias de origem ambiental. Para a gente, a nível de saúde pública, as de origem hospitalar são muito importantes. Sabendo distinguir esse padrão de sequências, podemos ver se, em algum momento, as beta-lactamases de origem hospitalar estão se dispersando nos meios aquáticos ou vice-versa (por meio de emissão de resíduos como o esgoto).
O que tem de biotecnologia nisso e por que isso é relevante para a sociedade?
Queremos conter a resistência da bactéria ao antibiótico, como uma medida de saúde pública. O que nós podemos fazer e que tem a ver com a biotecnologia é o seguinte: sabendo o caminho da evolução da enzima e do gene talvez seja possível produzir novos remédios e compostos químicos a partir da mudança da posição dos genes, ou seja, alterando o código genético.
O que você curte dentro do seu projeto? E o que você não curte?
Eu curto bastante o projeto. Meu orientador é super legal, ele sempre está disposto a tirar as dúvidas que surgem, fiz novas amizades e estou adorando. No meu laboratório, a gente ri, brinca e trabalha bastante. Meu orientador nos deixa pesquisar o que a gente quiser, mas sempre focando no projeto. Eu gosto do meu projeto em geral, só não curto ir todo dia seguido para o laboratório porque fica maçante. Nossa ligação é bastante forte com a tecnologia e ficamos muito dependentes dela. No laboratório, por exemplo, nós usamos um servidor enorme e, se der problema nele, ficamos parados na pesquisa. Eu já fiquei parado duas semanas e não pude avançar no projeto, mas isso é normal em qualquer pesquisa.
O que te motiva a estar desenvolvendo algo na área científica e na divulgação científica?
Eu vou responder com algo que eu escutei durante uma palestra na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência este ano: “a educação liberta mesmo, ela tira você da passividade e te instiga a ser mais curioso, buscando mais informações”. Ficar parado na vida esperando a maré te levar não é uma boa ideia. Eu me sinto muito realizado em poder fazer um projeto que eu sei que vai respaldar as áreas de saúde pública e de engenharia genética. O que eu faço vai beneficiar a população.
Sobre o futuro, qual área você está pensando em seguir? projeto te ajudou a definir isso?
Bom, essa é uma pergunta complicada porque eu entrei com um pensamento na Fiocruz: me tornar engenheiro naval e ter uma carreira estável na Marinha, buscando bastante conhecimento na área de inovação. Percebi que, na Fiocruz, as ciências biológicas e as ciências humanas estão muito relacionadas. Eu achei legal e, então, estou pensando em seguir engenharia química na parte de organização de produção de fármacos ou de compostos químicos, mas sempre com o olhar para a sociedade e sem esquecer de pensar a divulgação científica. Confesso, porém, que a engenharia naval ainda flerta comigo!
Uma observação do Gabriel Bilu: um obrigada especial ao meu orientador, Alberto Dávila, que me ajudou com informações para esta estrevista! :)
Eu curto bastante o projeto. Meu orientador é super legal, ele sempre está disposto a tirar as dúvidas que surgem, fiz novas amizades e estou adorando. No meu laboratório, a gente ri, brinca e trabalha bastante. Meu orientador nos deixa pesquisar o que a gente quiser, mas sempre focando no projeto. Eu gosto do meu projeto em geral, só não curto ir todo dia seguido para o laboratório porque fica maçante. Nossa ligação é bastante forte com a tecnologia e ficamos muito dependentes dela. No laboratório, por exemplo, nós usamos um servidor enorme e, se der problema nele, ficamos parados na pesquisa. Eu já fiquei parado duas semanas e não pude avançar no projeto, mas isso é normal em qualquer pesquisa.
Eu vou responder com algo que eu escutei durante uma palestra na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência este ano: “a educação liberta mesmo, ela tira você da passividade e te instiga a ser mais curioso, buscando mais informações”. Ficar parado na vida esperando a maré te levar não é uma boa ideia. Eu me sinto muito realizado em poder fazer um projeto que eu sei que vai respaldar as áreas de saúde pública e de engenharia genética. O que eu faço vai beneficiar a população.
Sobre o futuro, qual área você está pensando em seguir? projeto te ajudou a definir isso?
Bom, essa é uma pergunta complicada porque eu entrei com um pensamento na Fiocruz: me tornar engenheiro naval e ter uma carreira estável na Marinha, buscando bastante conhecimento na área de inovação. Percebi que, na Fiocruz, as ciências biológicas e as ciências humanas estão muito relacionadas. Eu achei legal e, então, estou pensando em seguir engenharia química na parte de organização de produção de fármacos ou de compostos químicos, mas sempre com o olhar para a sociedade e sem esquecer de pensar a divulgação científica. Confesso, porém, que a engenharia naval ainda flerta comigo!
Uma observação do Gabriel Bilu: um obrigada especial ao meu orientador, Alberto Dávila, que me ajudou com informações para esta estrevista! :)